domingo, 16 de dezembro de 2012

dia 22.12 na barrosa?


jorginho, acho que éramos mais ou menos assim em 1977. naquela altura como sempre, tivemos muito em comum. agora mais do que nunca sinto falta das nossas conversas, desabafos e posturas sobre a palhaçada que nos está a contecer novamente!! imagina! novamente a levar com um retrocesso enorme jorge! olha, nem sei o que pensar no meio disto tudo! sinto uma raiva a ranger-me os dentes de tanta maldade e injustiça que se vive não só em portugal como practicamente em todo o mundo. tu és a pessoa que eu tenho saudades de conversar. seria sempre pela noite dentro, discussões acesas, promessas feitas, planos para isto ou aquilo.. jorge.. estamos entregues à bicharada.
que pena que já não estás aqui. que vazio sentir-te tão longe. oxalá o budda diga a verdade e vamo-nos ver quando a mim me tocar a hora. nessa altura faremos uma festa de boas vindas e então sim, de lá do outro lado e juntamente com a mãe puxaremos os cordelinhos para que os corruptos desapareçam deste planeta. isto está para rebentar. e os 16 a passar.. e parece que foi ontem.
no dia 22 estarei em portugal e gostaria muito de te "representar" na barrosa no meio dos nossos antigos vizinhos e amigos, mais amigos teus do que meus, pois conviveste muito mais com o pessoal do que eu. o pessoala tem muitas saudades tuas! recordam-te como o gajo 100 estrelas, pronto a ajudar a qualquer um, gajo humilde, crítico e inteligente!!! sei que se estivesses cá, lá irias, sem a menor dúvida. vou ver se dou lá um salto para cumprimentar a malta toda, beber um copo a ti. sei que gostas da ideia. depois mando-te fotos....

jorge, manda em sonhos alguma ideia, plano, conceito para se poder alterar o rumo deste rumo que parece que veio para ficar. a malta cá agradece.
mil beijos do tamanho do mundo. tua bela

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

mãe todos os dias..

estava aqui a ver umas fotos que tinha gravado num cd que a elli de hamburgo fez quando esteve em espinho: precisamente no dia 19 de junho de 2007 - um dia antes do max fazer anos -e vejo esta foto e lembrei-me logo de ti ao olhar para a mãe.

foram momentos intensos que passaste com ela. foram prazeres que lhe proporcionaste, quase diria mais do que ninguém, pois naquela época, era ela que ditava as regras do jogo. jorge, leva-me ali, leva-me acoli.. e o jorge dizia: bora lá! ou então ela não se expressava e aí a tua tarefa era ainda mais difícil, mas acabavas por encontrar sempre um rumo para ela vir mais contente do que quando ia.
eram assim muitos dos teus dias. foi quanto tempo? perdi de vista.
agora estás muito perto dela novamente e imagino a caboiada dos dois a lembrarem-se das mil e uma coisas passadas. oxalá seja assim. às vezes sei que é assim, por vezes desejo que assim seja. hoje acredito que sim.
beijos brother.. bela

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

flores para ti..



maninho, aqui te mando um campo de flores selvagens, cheias de sol, energia, e vida.
tudo o que transmitiste durante a tua.
onde quer que estejas, aqui vai um xi do tamanho do mundo.

saudades sempre.. bela

terça-feira, 14 de agosto de 2012

está nos genes...

hoje, parece que tenho encontro marcado aqui contigo. 

queria enviar-te algumas fotos dos teus mais que tudo, emboras tenhas muitos, eu sei, mas só tens uma afilhada: a nazaré. está uma mulher!
estive no porto faz pouco tempo e tive a oportunidade de partilhar com a família o aniversário do max, que muito sente a tua falta! já não é o mesmo. uma chatice, sabes! mas passamos um serão porreiro, sem ele saber e fizemos-lhe uma surpresa! conclusão: foi uma noite em cheio, em família. como podes imaginar,  claro que faltavas tu. faltas sempre.
de resto, está tudo bem. estou agora na turquia a trabalhar é claro, mas sempre atenta ao que se está a passar no nosso lindo país e no mundo. e digo-te jorge, esta merda está mesmo de rastos! nunca senti na pele, como tu sentiste na altura antes do 25 de abril e lutaste com convicção contra a podridão do sistema. pois acredita meu irmão que voltamos ao mesmo! nunca imaginaria sentir novamente aquela ânsia que sentias tu, com toda a miséria - provocada por meia dúzia -  que se está a viver neste momento em portugal e em toda a europa. estamos entregues à bicharada jorge! não sei o que vai acontecer, mas algo de ruim está ainda por vir se não se põe mão nisto.
ando com os fígados à solta, revoltada com tudo. menos mal que tu e a ti nazaré e o carlos estão longe desta merda. a mãe já tinha ido fazer barulho, já tinha sido entrevistada em todos os jornais a queixar-se da incompetência dos dirgentes do pequeno portugal. mais, teria insultado a todos na televisão, teria ido até à capital de cartaz a dizer que não merecemos outra vez miséria, fome e pobreza. tu já estarias a encabeçar algum partido novo com o propósito de derrubar este sistema. conforme te conheço, já estavas a colar cartazes à noite e a marcar reuniões nos bairros onde todos te acarinham para divulgar e encontrar formas de desmascarar esta cena obscena.
precisava de falar contigo sobre isto, jorge.
pode ser que o josé mário branco se candidate  a presidente.!

venha ver o jorge

ó jorginho! cá estamos todos para estar contigo! a minha amiga martinha enviou-me esta foto de um cartaz do ELA e pensei logo em ti!  em qualquer lugar, num dia qualquer faz bem sentir a tua presença.
também recebi outra foto dum amigo teu que me emociou verdadeiramente. vê se descobres onde estás:


que espectáculo!!
esta tem mesmo que ser partilhada com todos que gostam de ti!

eu estou algures na turquia com a linda que se recorda de ti do tempos ainda da merda da ditadura (que já regressou sem dermos por ela!!) e  partilhamos momentos únicos.  que bom!!

mando-te um grande beijos daqueles que nos dávamos.. sabes... e um grande e eterno xi que me faz muita falta!!!! bela

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Meu Irmao Jorge

 Tu, um intelectual perdido entre os mundos, gostavas mais do Escritor Antonio Lobos Antunes do que marmelada. Grandes conversas em torno das memorias de elefante. Que saudades eu tenho de ti.

Hoje, dei conta de um artigo do teu mais que tudo LOBO ANTUNES. Parecia que estava a falar contigo. Tal e qual aquilo que pensaves, está tudo aí. Tanta conversa e resumidamente está tudo neste artigo de opiniao.

Quero dedicar-te esta leitura e sei que muito apreciarás.

Mando-te um forte e sentido abraço. Tudo para ti Meu Irmao.

Maximino Canhola

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"Portugal visto por Lobo Antunes


 Nação valente e imortal


Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.

Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade. O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver

- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.

As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.

Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!

Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha.

Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.

Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha deperseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho. Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar. Abaixo o Bem-Estar.

Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.

Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.

Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.

(crónica satírica de António Lobo Antunes, in visão abril 2012)"



segunda-feira, 16 de abril de 2012

quando éramos todos imortais...

esta foto fui "roubá-la" ao arquivo do zé canhola da figueira. acho que ele não leva a mal. tu estás em grande plano e deu-me muita vontade de a por aqui neste dia 16.  aqui, neste local tão especial, falta a ti nazaré, a helena e o carlos que deve estar a fazer a foto... lembro-me muito bem deste natal.. natal à beira mar. acho que pouco tempo depois foste para a suiça, ne? eu acho que já estava na alemanha. o tempo voa e já troco tudo, mas a essência é que conta: estás sempre presente: como diz o nosso pessoa: tudo vale a pena quando a alma não é pequena. e a tua é do tamanho da torre dos clérigos. beijos mano. bela

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sabado, 14 às 18 horas

A "Gista" está com uma beia poeta e fica-lhe que é uma categoria, pois a sua improbizaçao dos assuntos dá-lhe um toque de quem bai um dia ser escritora. Gosto muito de oubir a Bela e mais daquilo que escrebe e do que faz.
Bamos recordar a nossa Mae, o nosso Jorge e o nosso Carlos no dia 14 pelas 18 horas na capela Nossa Senhora da Conceiçao que fica na minha rua do pinheiro no Porto. Quem quiser aparecer estamos por aí. Nao é preciso grabata e a missa dura trinta minutos mais ou menos. Sempre sao trinta minutos que estamos todos juntos, podemos dar as maos, num cordao de ligaçao com a mae, Jorge, Carlos. Porque será que só os bons partem cedo? E que saudade deixam. Saudade reflexo do muito amor que tinhamos e perdemos. O que dariamos por ter uma tertulia de umas horas com estes tres amores? Boltar a oubir a mae seria delicioso; o Jorge, esse improbizava e saia pela porta da frente; o Carlos, de grabata concerteza iria tecer consideraçoes do nascimento da familia, da Aguda e discursaba ao som de musica classica.
E depois... nao há futebol; nao prebemos discursos politicos de ninguem; a festa do FCP é só para mais tarde e, sendo assim, sao trinta minutos de introspecçao, poderemos falar para dentro, com pessoas que muito gostamos. Já partiram mas estao todos os dias connosco. Bamos lembrar quem nao pode estar presente, que será o caso da Bela, do Quim, do Clemente, do Silberio mas os outros poderao estar presentes. A capela é pequenina mas bamos caber todos.
Forte abraço e beijos para os mais distantes.
Maximino Canhola

terça-feira, 10 de abril de 2012

dia 10 de abril. outra data fodida


embora esteja aqui no cú do judas e muitas vezes discordando da "minha" opção de estar aqui no meio do nada, pelo simples facto de ter trabalho, lembro-me muito das pessoas, da família dos laços e referências. isto de estar longe tem muito que se lhe diga. hoje seria um dia que gostaria de estar aí, ir levar uma flor à mãe e deixar outra para ti! e conversar um pouquinho, embora converse ultimamente muito contigo e tu sabes... foi neste dia há precisamente 3 anos que estávamos a trabalhar os dois - foi fixe trabalhar contigo!! - que a bomba nos caiu em cima - embora já esperada, mas é sempre bomba. e lá fomos nós a correr, largamos tudo, deixamos o barco entregue aos clientes e funcionários e fomos ter com os outros que sentiam o mesmo vazio que nós. e lá conduziste tu - no meio daquele silêncio ensurdecedor da dor que nos atravessava - para batermos de frente com a realidade. perdemos nesse dia pai e mãe. porque ela foi pai e mãe. foi tudo a dobrar. ela era grande, imensa em tudo: coração, irreverência, gentileza, altruista, cabeçuda, generosa, refilona, rebelde, trabalhadora e socialista. jorge.. herdamos tudo isto dela, imagina...

mas não foi nada fácil a vida que tivemos e que ela teve...mas essa conversa fica para outro dia.
sei que estás aí com ela e com o carlos. a todos um xi, um coração gigante e sentimos a vossa falta. preciso de vez em quando das nossas conversas, dos nossos afectos, dos muitos bons momentos que passamos juntos. preciso dela. diz-lhe. beijos eternos bela

segunda-feira, 5 de março de 2012

saudades brother!!

onde esteja, estou sempre com um olho em ti! parece que o tempo nada ajuda a sarar... beijos eternos. bela

domingo, 8 de janeiro de 2012

saudades..

acho que esta foto foi tirada na suiça, onde o jorge vivia e eu visitava-o muitas vezes. acho  também que foi uma célebre festa que ele organizou em casa dele. em casa dele, como quem diz! foi uma festa pelo ´prédio todo! toda a gente desse prédio participou e disfrutou. também não tinha outra: ou se juntavam ou não dormiam! o jorge tinha esse dom! juntava todos! o que ele mais gostava era de conversa, de gente, de interacção! ainda se escreve assim interacção? ou o facto ja virou fato?? bom, eu como não adiro a estas tretas continuarei a escrever como aprendi: não vejo razão para mudar a escrita que tanto me custou aprender! levávamos reguadas e tudo dos professores! éramos postos de castigo num canto da sala..

em breve será mais um 16, mas diferente. este tem já outra dimensão , outro sentido e outra intensidade. faz parte da grandiosidade da luz que nos deixaste.. das referências a que nos brindaste e nos contagiaste. será sempre contigo que estaremos! sempre! não interessa quantos 16 virão, pois a tua alma permanece intacta, forte e presente. ouço outra vez triana contigo! que bom! ouço triana..e cheira-me a ti.
beijos jorge! bela