jorginho... ia pôr uma foto de donde estou - aqui em frança, courchevel - que me faz lembrar-te quando vivias na suiça. mas olha, fiquei logo fodida: já não posso partilhar fotos que tenho no meu pc. pelos vistos já não dá. e se fizer desde o meu tel, diz a mensagem que tenho que instalar uma aplicação para que as fotos que eu tenho deixem de ser minhas. pertencem ao google+. sabem que mais? uma ova!!! as fotos que eu faço são minhas!! e não quero compactuar com estas merdas. todos temos de abdicar de tudo: direitos sociais, liberdade de expressão, trabalho, família, cão e gato, amigos, fotos, merdas. são todos uns sanguesugas jorge! e eu sei muito bem o quão te irritava todo este sistema manipulador! eu sei. portanto não ponho foto coisa nenhuma.
imagina a suiça nos invernos que lá vivias. pois isto aqui está mais ou menos igual. tem a sua beleza, não há dúvida. mas também soube à pouco tempo pela tua/minha irmã laura que, para ajudares a uns portugas em dificuldades, deixavas a porta aberta da tua casa, para que quem não tivesse fartura, fosse a tua casa, cozinhasse o que tivesses no teu frigorífico, arrumava tudo direitinho e ia-se embora. tudo nos conformes. era assim que a tua alma funcionava. mais para os outros do que para si. e isso fazia que sobejasse sempre mais para ti, né mano? mas sabes? isso não é para todos! é só para alguns. só para aqueles que nascem abençoados, que nascem sabendo que a coisa nunca será de mão beijada, mas de grande recompensa pelos actos altruistas que cada um vai vislumbrando ao subir as escadas desta vida.
será que um relvas, um passos, um sócrates ou miles deles espalhados por aí têm uma irmã, mãe, tia, prima, avó ou qualquer um que chore por eles? será que algum dia sonham em deixar a porta da casa deles aberta para que alguma alma necessitada possa entrar, cozinhar, arrumar e ir-se embora à sua vida? tenho as minhas dificuldades em imaginar uma coisa dessas. gente tão mal formada, tão mal nascida que continuam a germinar e semear o mau destino de muitos podem ter alguém a chorar por eles? será que lhes cai a ficha nulgum momento? faz-me logo pensar no filme magnólia, em que só na hora da morte a ficha cai. é possível.
deixa-me dizer-te que desde que partiste a coisa está preta. muito mais do que te podias imaginar quando cá estavas. muito mais preta vai ficar se não houver gente como tu, sem medo nenhum de semear a vontade de mudança, de contagiar os seus vizinhos, amigos, colegas e tudo que mexa para se parar com a apatia. jorge, precisamos de muitos jorges. precisamos de muita coragem para seguir enfrente e combater o sono que domina o país. o futebol dá sono. a escravatura dá sono e medo. o trabalho por meia dúzia de tostões dá muito medo de agir. o fado é o sono e o medo deste país que por acaso é o nosso.
manda energia. manda raiva. manda um exército de luz que bombardeie e penalize a apatia e a desculpa para quem pensa qua não é nada com ele. manda uns relâmpagos para quem desgoverna e fumina-os de vez! manda a justiça ser justiça, em vez de ser uma ferramenta do sistema.
jorge, fazes-me tanta falta! a mim e a muitos.
se cá estivesses, ia-te ver no dia 23, abriamos uma garrafa de um bom douro, se calhar cozinhavas umas coisinhas boas, convidavas meio mundo e delineavamos uma estratégia, né? seria assim, de certeza! é dessas certezas que me descolhoaste ao partires assim sem mais. eu sei que não pediste para partir, mas eu tenho o direito de resmungar.
imagina a suiça nos invernos que lá vivias. pois isto aqui está mais ou menos igual. tem a sua beleza, não há dúvida. mas também soube à pouco tempo pela tua/minha irmã laura que, para ajudares a uns portugas em dificuldades, deixavas a porta aberta da tua casa, para que quem não tivesse fartura, fosse a tua casa, cozinhasse o que tivesses no teu frigorífico, arrumava tudo direitinho e ia-se embora. tudo nos conformes. era assim que a tua alma funcionava. mais para os outros do que para si. e isso fazia que sobejasse sempre mais para ti, né mano? mas sabes? isso não é para todos! é só para alguns. só para aqueles que nascem abençoados, que nascem sabendo que a coisa nunca será de mão beijada, mas de grande recompensa pelos actos altruistas que cada um vai vislumbrando ao subir as escadas desta vida.
será que um relvas, um passos, um sócrates ou miles deles espalhados por aí têm uma irmã, mãe, tia, prima, avó ou qualquer um que chore por eles? será que algum dia sonham em deixar a porta da casa deles aberta para que alguma alma necessitada possa entrar, cozinhar, arrumar e ir-se embora à sua vida? tenho as minhas dificuldades em imaginar uma coisa dessas. gente tão mal formada, tão mal nascida que continuam a germinar e semear o mau destino de muitos podem ter alguém a chorar por eles? será que lhes cai a ficha nulgum momento? faz-me logo pensar no filme magnólia, em que só na hora da morte a ficha cai. é possível.
deixa-me dizer-te que desde que partiste a coisa está preta. muito mais do que te podias imaginar quando cá estavas. muito mais preta vai ficar se não houver gente como tu, sem medo nenhum de semear a vontade de mudança, de contagiar os seus vizinhos, amigos, colegas e tudo que mexa para se parar com a apatia. jorge, precisamos de muitos jorges. precisamos de muita coragem para seguir enfrente e combater o sono que domina o país. o futebol dá sono. a escravatura dá sono e medo. o trabalho por meia dúzia de tostões dá muito medo de agir. o fado é o sono e o medo deste país que por acaso é o nosso.
manda energia. manda raiva. manda um exército de luz que bombardeie e penalize a apatia e a desculpa para quem pensa qua não é nada com ele. manda uns relâmpagos para quem desgoverna e fumina-os de vez! manda a justiça ser justiça, em vez de ser uma ferramenta do sistema.
jorge, fazes-me tanta falta! a mim e a muitos.
se cá estivesses, ia-te ver no dia 23, abriamos uma garrafa de um bom douro, se calhar cozinhavas umas coisinhas boas, convidavas meio mundo e delineavamos uma estratégia, né? seria assim, de certeza! é dessas certezas que me descolhoaste ao partires assim sem mais. eu sei que não pediste para partir, mas eu tenho o direito de resmungar.